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longing for the what if's, for a home that once was;

é meio bizarro como a mesma história pode ser contada de diversas formas diferentes. às vezes, nos vemos sendo postos no papel que geralmente não queremos interpretar: o vilão. aquele que, pra outra pessoa, é a causa de todas as dores e quedas. e aí fica aquela dúvida, quem tá certo? quem tá errado? ou será que a verdade tá ali no meio, num lugar onde os dois lados até se encontram, mas nunca se entendem de verdade?

a real, e a que todo mundo já sabe, é que ninguém é perfeito. ninguém aguenta carregar o mundo nas costas por muito tempo. e talvez seja aí que você vira o antagonista na vida do outro, no momento em que falha. injusto...? é, não dá pra entender tudo. cada um tem sua verdade, cada um tem sua dor. e infelizmente, você não controla como o outro vai te ver, como vai te lembrar, como vai contar a sua parte na história dele. por mais que você tente.

ultimamente, tenho pensado muito numa palavra que vi esses dias: hiraeth. uma saudade de um lugar que não existe mais, ou que talvez nunca tenha existido. é uma nostalgia de algo que a gente não pode voltar, de um lar que ficou perdido no tempo, de um sentimento que não cabe mais na gente. acho que todo mundo carrega um pouco disso dentro de si; uma saudade de algo que não deu certo, de um amor que não foi como esperávamos, de uma história que poderia ter sido diferente.

e talvez seja isso que eu queira levar comigo, não como um peso, mas como uma lembrança de que mesmo que o lar não exista mais, ele viveu dentro de mim. como uma tatuagem, um símbolo de que algumas coisas não precisam ser apagadas pra serem superadas, que não precisamos fingir que nunca aconteceu. demorei pra entender, mas agora vejo de uma forma diferente.

a gente pode honrar o que foi, mesmo sabendo que não volta. pode ser o vilão da história de alguém e ainda sim conseguir seguir em frente, sabendo que fez o que pôde, com o que tinha pra oferecer na época.