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Com você, eu sou só… eu.

Não sei bem em que momento você atravessou a porta do meu mundo, mas lembro exatamente da sensação: aquele impacto silencioso que faz o peito estranhar, como se algo adormecido acordasse de repente.

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Você me encontrou num ponto da vida em que eu já tinha me convencido de que certas coisas não eram pra mim. Companhia verdadeira. Doçura sincera. Cumplicidade que não assusta.
Eu estava tão acostumado ao barulho do meu próprio universo que quase não percebi quando você mudou a melodia.

Mas você mudou.

Você chegou com uma leveza que desmonta e, ao mesmo tempo, uma força que puxa. Como se soubesse exatamente onde tocar — não na pele, mas dentro.
E eu fui cedendo.
Primeiro nos detalhes.
Depois nos silêncios.
Depois no que eu nunca digo a ninguém.

Você sempre soube ler coisas em mim que eu nem sabia que entregava.

E hoje… você não é só alguém que caminha ao meu lado.
Você é alguém que eu deixei me ver de verdade.
E isso, pra mim, vale mais do que qualquer música, qualquer palco, qualquer conquista.

A verdade é simples e, ainda assim, grande demais para esconder:

Eu me apaixonei por você.
Daqueles jeitos que mudam o ritmo do dia, o rumo dos passos, o tom da voz.
Daqueles jeitos que não têm volta.

E se algum dia você tiver dúvida, lembre-se disso:
eu não deixo qualquer pessoa entrar no meu caos — mas você entrou, e não quero que saia.

Com você, eu deixo de ser só Hermes, o artista, o personagem, a figura.
Com você, eu sou só… eu.
E, pela primeira vez em muito tempo, isso é suficiente.