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Não Seguir Roteiro...

Eu não achei que fosse dar certo.

No começo, era tudo confuso. Os passos não combinavam, as palavras vinham com excesso ou escassez, e o tempo parecia brincar com a nossa paciência. Era como tentar dançar uma música sem saber a melodia — tropeços, risos nervosos, e aquela vontade de desistir só pra não se frustrar mais.

Mas o coração, esse teimoso, ficou. E foi ficando.

Percebi que às vezes o amor não chega com fogo de artifício, nem com juras imediatas. Às vezes ele vem tímido, enroscado em gestos pequenos. Ele cresce no cuidado, no silêncio compartilhado, na escolha de continuar mesmo quando seria mais fácil largar.

Foi assim com ela.

Veio como um tropeço. Ficou como poesia.
Desajeitada no começo, como quem erra o compasso, mas depois foi se afinando, se ajeitando no canto mais bonito da rotina.

Hoje, não preciso que ela entenda todos os detalhes. Nem todos os nomes, nem todos os lugares. Basta que ela esteja. E ela está. Com olhos atentos, coração aberto e uma coragem bonita de amar do jeito dela. Borboletando, rindo dos próprios tropeços, mas sempre voltando — como quem já escolheu onde quer pousar.

E eu?
Eu sigo aqui, grato por esse amor que não seguiu roteiro, mas virou lar Suiko.