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H.
Existe uma verdade que habita o espaço entre o que é dito e o que é sentido. Uma dessas verdades me encontrou recentemente, envolta na névoa suave de um baseado compartilhado e na atmosfera carregada de dois corpos que se descobriam.
Ele era mais novo — não inocente, mas com uma ousadia que a juventude presenteia como um dom natural. A erva fez seus movimentos ganharem uma deliberação hipnótica, e meus sentidos, aguçados como lâminas, captavam cada nuance. Seus olhos, vidrados e intensos, percorriam meu corpo com uma lentidão devoradora, como se cada curva fosse uma sentença a ser decifrada.
Não foram precisas palavras explícitas. A linguagem nasceu nas mãos que me viraram de bruços com uma autoridade que não admitia discussão, nos dedos que se entrelaçaram nos meus cabelos com posse tranquila, puxando com uma firmeza que falava mais que mil palavras, no sussurro rouco que roçou meu ouvido carregado de uma promessa obscena. Era um vocabulário novo, composto de gestos e gemidos, onde cada ação gritava o que a boca não ousava dizer.
E naquele momento, de fronte abaixada e espinha arqueada, entendi o elogio mais visceral que já recebi. Aquele tratamento que, dito em outro contexto, seria um insulto, transformou-se na confirmação mais pura do meu poder. Ele não me diminuía — me coroava. Era o reconhecimento cru de quem eu era, naquela cama, exatamente o que queria ser: livre, desejada, dona de um prazer que não pedia licença para existir.
A cannabis derrubou as barreiras do politicamente correto e deixou apenas a nudez crua do desejo. E entre quatro paredes e sob um véu de fumaça, descobrimos a liberdade de ser plenamente aquilo que sempre desejamos: completos.
Feliz aniversário, babe!Show spoiler

Posted 10/8/2025, 3:00 PM