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Minha cura;

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Algumas histórias de vida começam com começos calmos, meios turbulentos e finais felizes. Outras começam com inícios turbulentos, meios intensos e finais de contos de fadas. Há quem diga que existem histórias ruins de ponta a ponta, e outros acreditam em ordens invertidas de todo um processo. Mas, na vida real, não existe história perfeita com uma vida inteira perfeita cheia de acertos. A falha se torna parte do processo, e a vida se torna sobre como lidamos com os imprevistos — independente da ordem, do estado ou de como as coisas saem do nosso controle.

Se eu pudesse, teria escolhido uma vida feliz desde o meu nascimento, desde as minhas primeiras escolhas e desde cada primeiro passo. Mas eu também sei que, sem tristeza, não haveria felicidade, pois ela se tornaria banal. O que me faz pensar que precisei chegar até aqui mesmo com tantos caminhos incertos e curvas onde precisei de linhas retas. Eu posso dizer que a vida nem sempre foi gentil comigo, e às vezes eu só torci para que ela fosse pelo menos piedosa.

Honestamente, ainda não sei se sou a pessoa que moldei mentalmente para ser. Não sei se consigo atingir tal nível de perfeição mental com o qual me programei — o que talvez tenha me frustrado em parte de todo esse processo. Mas eu também sei que parte disso me fez ser alguém diferente, pensar diferente e lidar com os obstáculos de maneira diferente. Coisa que meu cérebro, por si só, não podia conceber. Me tornei uma versão única: tentando acertar, falhando às vezes, mas nunca desistindo do que amo, do que eu quero e, principalmente, do que eu preciso.

E ainda assim, em meio a tantos pensamentos e filosofias, a vida foi mais do que generosa. Me trouxe amor, um lar e também carinho — como um beijinho e um assopro sobre cada uma das feridas. Me trouxe cura, paz e também a sensação de que estou finalmente caminhando em direção a algo. Ou alguém.

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