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Meados do segundo 2° mês - Quando te vi por uma tela

Eu estava nervoso, mas ao mesmo tempo, uma calma estranha tomava conta de mim. Estava lá, ao lado da Dora, segurando sua mão com, tentando transmitir algum tipo de tranquilidade. Era engraçado, porque eu sempre imaginei que seria mais tranquilo, mas agora, no segundo mês de gestação, a realidade se tornava cada vez mais palpável. O médico começou o exame e logo a imagem apareceu na tela. Era pequena, uma manchinha quase imperceptível. Mas ali estava, o nosso bebê.

Eu olhei fixamente, tentando entender o que estava vendo, mas o que realmente me deixou sem palavras foi o som. Aquele som. O coraçãozinho batendo. Não dava para confundir. Era um som forte, rápido, firme. *Tum-tum, tum-tum*. Era como se o tempo tivesse parado e tudo que eu conseguia ouvir fosse aquele ritmo. O ritmo da nossa vida começando a se formar.

O coraçãozinho da nossa criança, e naquele momento, eu entendi de verdade o que significava ser pai. Não era só a barriga crescendo, ou os sonhos de futuro. Era aquela batida, tão intensa, tão real. Era ali, diante de mim, uma nova vida começando.

Eu olhei para a Dora, e vi que ela estava com os olhos marejados. Eu também estava, mas tentei esconder. Não queria que ela visse que eu estava tão emocionado. Mas, no fundo, eu sabia que naquele instante, naquele som, tudo estava fazendo sentido. Eu ia ser pai. Nós íamos ser pais.

Eu dei um sorriso, meio bobo, meio sem jeito. Só consegui dizer: “Tá tudo bem, né? Está tudo certo…” Mas, na verdade, eu não precisava de mais nada. Aquele som, o nosso bebê ali, era tudo o que eu precisava saber.